domingo, 6 de julho de 2008

Crysis

Estou em crise... Simples assim... Aliás, isso não é uma novidade, como já devo ter dito antes. Eu vivo em crise. Afinal de contas, uma das coisas que mais me orgulho é de ser instável, e a instabilidade tem seu preço.

A crise de hoje é velha, e difícil de engolir. Venho ruminando sentimentos amargos por tempo de mais e, creia-me, não é só porque estou desabafando que vou passar por cima disso. Não. Outra de minhas características é a capacidade inumana de tomar altas doses do meu próprio veneno, para me torturar em febre e aflição - sim, estou muito dramático hoje. Claro que se fosse uma ação controlável, seria melhor não tomar tal veneno, mas nem eu mesmo posso me controlar. Sinto ódio e não posso controlá-lo.

Invejo os monges budistas, que tem pleno controle sobre seus sentimentos, abstraem a mente daquilo que os atormenta. Eles não meditam para entrar em equilíbrio, porque vivem equilibrados. Queria ser assim.

Devo ter algum distúrbio dentro do cérebro que me faz sentir assim. Sabe, essa ira toda...

O mais estranho é que foi justamente essa raiva que me salvou no começo da adolescência. Se não fosse a raiva, teria sucumbido a depressão e com certeza ao suicídio. Mas sabe, quando você tem uma doença e acaba tomando tanto remédio que eles não fazem mais efeito. Acho que é isso que está acontecendo. Através dos anos, a raiva deve ter se aglomerado no fígado e agora está necrosando-o aos poucos. A raiva já não me salva mais.

Poderia salvar, me tornaria um Lex Luthor ou quem sabe um Coringa - que é bem mais charmoso, diga-se de passagem. No entanto, ainda existe muia bondade dentro de mim e é justamente essa combinação que se torna tão letal. Começo a achar que deveria matar o meu Superhomem interno e deixar que o vilão apareça, só pra desintoxicar.

Contudo, não posso. Me tornar um "vilão" causará danos irreparáveis que talvez não fosse capaz de suportar na consciência - embora, se eu me tornasse o coringa, isso não seria muito o problema, afinal, eu seria um palhaço insano. Muito inteligente e "divertido", mas insano...

Então vivo esse quimerismo injusto... essa crise. Sou o hospedeiro de um sentimento repulsivo, que só drena as forças. Para que se tornasse uma relação simbiótica, teria que descer ao nível da minha raiva e poderia ser irreversível...

Sabe o que seria melhor pra mim? Eu sei...

Coma!

Sério! Coma!

Sim, sou um covarde, mas antes um covarde do que um louco. Antes apagado, do que envenenado por mim mesmo.

AAh! curiosidade. Um escorpião jamais se mataria com seu veneno, afinal... ele tem os antidoto para si próprio. Eu devo ser uma aberração da natureza né?...

2 comentários:

  1. Uauuuuu
    Por mais dramático que tenha sido esse seu desabafo eu gostei de verdade e, não sei se para vc ajuda, mas para mim quando eu consigo expressar mesmo que subjetivamente algo que me incomoda sinto-me mais aliviada, mas não curada. Não sei a razão de tudo isso, mas saiba que não é o único a se sentir assim não. Ultimamente vivi uma situação em que tive que ajudar uma pessoa que mto me feriu e que jogou pedras no meu caminho e, por peça do destino precisou da minha ajuda e eu não neguei, mesmo tendo todos os motivos plausíveis para dizer um belo não e cobrar o porquê dele ter feito tais coisas, mas seja lá por caridade, bondade ou humanismo, não importa o nome que se dê, eu simplesmente o ajudei, encarei de frente e segui viajem... Não pense que foi fácil, mais fico pensando agora que já passou: será que valeu a pena? E eu te respondo que sim, pois provei para mim mesmo que tenho caráter. E que essa pessoa bebeu o seu próprio veneno sem eu tê-la envenenado. Não sei se vc entendeu o que eu quis dizer, qualquer coisa me procure para conversarmos, isso se vc quiser claro.
    E nada como um dia após o outro, por mais clichê que isso pareça, sempre funciona. ;)
    Bjo

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  2. É, rapaz...

    Sabe que eu acho exagero esse drama, né? A realidade é muito tranqüila, cara.

    Apareça no msn, heim... agora to de férias!

    A propósito. To de blog novo. =D

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