sábado, 31 de julho de 2010

Inegável




Certas coisas são inegáveis. Pouquíssimas, é verdade, mas elas existem.

Tão inegável quando a gravidade, é o abuso que certos políticos usam de "valores humanos" que não tem absolutamente nada a ver com capacidades administrativas. Por que, cargas d'água, dizer que candidata "X" é mãe, portanto, ela é mais preparada pra ser eleita do que o candidato "Y". Será que alguém ainda não sabe da quantidade mastodôntica de mães incompetentes, negligentes e outros adjetivos mais depreciativos - eu conheço várias pessoalmente?! E porque uma mãe é melhor só porque ela é mãe? Por que ela é mais carinhosa? Mas quem, afinal, quer um governante carinhoso?... Não eu, pelo menos! Você quer? [clique aqui e saiba do que eu estou falando]

Esse foi apenas o primeiro que vi nessa campanha de 2010. Certamente aparecerão outros, principalmente entre os deputados estaduais, que geralmente incluem as maiores besteiras das eleições presidenciais.

Não sei se é porque fiz alguns semestres de Administração, mas sei que poucas das características salientadas pelos candidatos são úteis para um bom governante. Sentimentalismos é a última de todas elas. Valores como honra, hombridade, transparência. Bem, isso é o que se espera de mais fundamental num presidenciável. Agora, histórias de superação, maternalismos, e outras pendengas mais, só são utilizadas por causa do fortíssimo apelo junto a um eleitorado mal instruído, que se identifica com essas coisas e as acha importantes. Ou seja, é uma árvore de natal, um trio elétrico cheio de luzes sentimentais pra distrair os mais desatentos - 90% do eleitorado brasileiro.

Quando começarem os programas políticos nas televisões, prestem atenção nos apelos. Mesmo que eles não digam absolutamente nada!

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ps.: não estou dizendo que mulheres não deveria ser candidatas ou mesmo eleitas. Muito pelo contrário!!! mas acho que devemos nos focar no que realmente serve para ser um bom governante.


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Não Quero




Não quero saber de horários de dormir, nem de acordar, nem de nada! Nunca fui dado a essas convenções, pois, pra mim, elas resumem tudo aquilo que os homens tem de mais mediocre: a incapacidade de fazer as coisas de seu jeito! No meu ver mais cru e sincero, as pessoas deveriam ser livres pra experimentar aquilo que suas vocações são e não lutar contra suas naturezas e se amarrarem a uma atividade que só vai lhes trazer dinheiro e uma gama infinita de infelicidades! Disciplina, pontualidade, adaptação, experiência. Palavras no mínimo vazias; no máximo, incômodas! A vontade de fazer algo é a expressão sublime do caráter de uma pessoa, e ir contra ela, é ir contra si mesmo! Fazer algo contra a vontade é mentir pra si mesmo. E mentir pra si mesmo que se gosta aquilo que não se gosta é um suicídio rotineiro que só faz acinzentar a vida - que, muitas vezes, já não é muito colorida.

Os homens deveriam confiar mais em suas habilidades naturais, em suas reais vocações. Deveriam investigar suas capacidades e explorá-las. E não subjulgá-las num canto escuro da vida, apenas porque não dá... Os rumos da vida deviam se adaptar às habilidades do homem, e não as habilidades do homem se adaptarem aos rumos da vida. Deveriamos controlar nossos destinos, e não sermos controlados por ele. Deveriamos prestar atenção à quem nós somos, e não em quem alguém quer que sejamos. Deviamos ser nós mesmo, em nossa forma plena.

E fugir a essa identidade real, é fugir de quem se é. É perder a essência, perder o "eu".

Eu não quero perder o meu "eu". E não vou!

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Outro Lado do Espelho




Lembro-me que meus pais não eram religiosos. Meus avôs eram, quase todos eles acredito. Nordestinos, paternos de Pernambuco e maternos do Piauí, região onde a religião é intensa. Meus pais vieram muito cedo para o sudeste. Minha mãe veio morar com uma tia no Rio de Janeiro e a família de meu pai foi morar no Paraná quando ele também era muito criança, embora a mudança não tivesse extirpado a fé de minha avó paterna. Misteriosamente, essas raízes religiosas não foram passadas para meus progenitores e eu tive bastante liberdade nessa área. Quando criança, freqüentava algumas vezes as missas de domingo, sem jamais prestar atenção em uma só palavra do padre... anos depois, fiz catecismo, participei do grupo de coroinhas, mas que fique claro que nunca foi por fé ou por ser temente à Deus. Não!... Mas também não era completo descrente, como hoje. Minhas únicas intenções eram sociais... Ninguém me obrigou a participar de catecismo ou grupo de coroinhas; eu fui porque queria... conhecer gente...

Anos, depois, quando minha mente amadureceu, percebi que os ensinos do Catolicismo eram, se não contraditórios, pelo menos incompletos. Felizmente - ou infelizmente - foi quando conheci o Espiritismo. O mundo espiritual passou a fazer mais sentido. Não completo, apenas mais sentido. Muitas coisas ainda pareciam ilógicas e minha mente não conseguia explicar, mesmo dentro dos conceitos do próprio espiritismo. Até o ponto em que tentei organizar minhas próprias idéias. E quanto mais eu tentava, mais hipócrita/confuso as coisas ficavam.

Preciso lembrar, que uma das minhas memórias mais vívidas da infância, foi a primeira vez que me deparei com um imã. Sim, um simples imã! Fiquei tão fascinado por aquele pequeno pedaço de pedra que puxava outro pedaço de pedra e até mesmo moedas e parafusos. Era quase mágica. Por algum motivo - quase tão misterioso quanto a falta de comprometimento com a religião de meus pais - eu sabia que não era mágica, mesmo tendo uma inclinação quase patológica para a ficção e fantasia. Meu pai, então, me explicou o que acontecia de verdade. Claro que não entendi bulhufas do que ele me explicou, mas mais tarde, lá pelos meus dez anos, entendi os fundamentos do magnetismo. Também lembro que, quando cheguei na oitava série, mal podia esperar pra aprender química e entender como a matéria se formava.

Hoje sei que, instintivamente, eu podia - e ainda posso confiar - na ciência e razão. E usando essa mesma confiança na razão, ao longo do tempo, percebi que não podia confiar em nada do que as religiões pregam. Nada! De agnóstico independente cheguei ao ateísmo absoluto, que é onde estou hoje. Os conceitos confusos de Deus que eu tentava entender, se revelaram ou mesquinhos ou ilógicos demais. Com o apoio da ciência entendi que Deus era só mais uma ferramenta política e que tudo ao seu redor é fruto ou da maldade dos homens ou então de seu medo da morte. Que o anacronismo de certas idéias religiosas só eram (são) superados pela ignorância das pessoas que as fizeram e as defendem. Aprendi que a religião não pode coexistir com a ciência nem pacificamente, porque, enquanto a primeira se acomoda com a pífia explicação de que "Deus quer", a segunda se inquieta e se rebela até achar a resposta.

Hoje, faço jus ao cérebro pensante que "Deus me deu" (sacou a ironia?)

Mas, mesmo feliz, contente e satisfeito com meu ateísmo racional, também sei que a ciência pode errar. Reformulando: também sei que às vezes certos conceitos científicos podem estar errados. E se a ciência, se o pensamento racional e analítico podem errar, o que dirá de mim, pobre mortal, cujo QI provavelmente não chega aos 80 pontos?...

Melodrama a parte, um dia desses a idéia de estar errado realmente me assombrou. "Já imaginou se, tudo o que esses malucos e fanáticos religiosos defendem, for verdade? Que existe um céu e um inferno maligno desenhado sadicamente para punir assassinos, estupradores, pederastas, hereges e tudo mais?! Já pensou se realmente existe um Deus egoísta, ciumento e intolerante que nem de longe remete os nosso conceitos humanos de compaixão? Um Deus que puniria você e eu por não 'rezarmos' 100 Ave Marias por dia? " Longe de mim viver como o covarde do Pascal, com sua apostinha covarde. Se realmente existe um Deus, ele provavelmente me recompensaria - ou abrandaria minha pena no inferno - por pensar por mim ao invés de aceitar imprudentemente qualquer coisa que qualquer um fale. A idéia de existir Deus em si não me assombra. Na verdade, nada pode me assombrar porque minha "fé" é inabalável. Apenas não posso me deixar de perguntar: e se eu estiver errado?...

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ps¹.: voltas e mais voltas pra falar de porra nenhuma.... éh... bem... vocês me conhecem...
ps².: não, eu não acredito que religião sirva pra mais nada além de controle de massas e enriquecimento de poucos espertalhões. Embora "acreditar" demande um certo nível de incerteza... Não! Eu sei!

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Governar, acorrentando a mente
através do medo da punição em outro mundo
é tão baixo quanto usar a força

sábado, 24 de julho de 2010

O Que Há de Novo no Mundo?



A resposta é nada!

Tão tedioso quanto um assassinato brutal - banalizado à exaustão pela mídia - só um ditador anacrônico que não percebe que governar um país não é ter um país. Bruno e sua novela bizarra com Eliza, Macarrão, menores, pais hipócritas de menores, ex-amantes mais sortudas e - talvez por isso mesmo - mais oportunistas já estão tão batidos que só mesmo alguns punhados de revoltados para se comovorem. A mídia explora tantos esses crimes que não há outra maneira de responder a eles a não ser com o cinismo. Ligo a TV e só posso pensar "Isso ainda?". Para minha "felicidade", a irresponsabilidade dos ditos jovens de classe média alta do Rio me presentearam com um atropelamento. Não menosprezando a dor e o luto de Cissa Guimarães e sua família, o "hit and run" da alienada elite carioca proporcionou um certo alívio do já saturado Caso Bruno, apenas para se tornar outro assunto cansativo.

Enquanto isso, na esfera política, a corrida das eleições já começou. E há muito tempo, segundo os tribunais eleitorais. Serra e Dilma Russeff (ou PSDB e PT, não consigo separar um candidato de seu partido) já foram multados por "queimarem a largada" e começarem suas campanhas - que mais parecem pregação evangélica - antes do tempo. Incrível que ninguém parece realmente se importar muito com isso. Um crime eleitoral menor, quase insignificante, se comparado ao sem-número de outras coisas que já vimos em eleições passadas. Porém, vale ressaltar que multas de 7000 reais e uma repreensão não é nada para gente desse calibre. Dilma (leia-se:Lula) e o PT receberam descaradamente cada uma dessas sentenças sem se importarem muito, porque, afinal, com uma candidata inexpressiva, era necessário começar na frente. O PSDB de Serra, fizeram o mesmo porquê? Pra não ficar "feio" em comparação com os rivais?... Mas essa trivialidade nas punições só mostra a pouca força da justiça eleitoral - que provavelmente não levará à sério, também, o Ficha Limpa - e o pouco caso dos políticos com o eleitorado brasileiro.


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Que País É Esse? - Legião Urbana

Que país é esse?
Que país é esse?

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