sábado, 4 de junho de 2011

Quebrou-se o Silêncio




Veio a nós, finalmente, a voz de Palocci, ontem, no Jornal Nacional. Veio para explicar - ou tentar - a multiplicação por 20 do patrimônio de sua empresa.

E explicou. Se convenceu, eu já não sei. A mim pelo menos não.

Porque esse silêncio durou tanto tempo. Claro que na política, as coisa não podem acontecer às pressas; mas toda a movimentação do governo e do PT para “blindar”, como andam dizendo por aí, Palocci me parece obscuramente suspeito. O esforço não deveria ser tão grande se o enriquecimento do ministro da Casa Civil fosse perto de ser lícito, toda articulação política - feita inclusive equivocadamente por Lula - para impedir que as explicações viessem em tempo hábil do próprio Palocci me prece estranha.

Outro fato que me intrigou foi: durante a entrevista no Jornal Nacional, Palocci se recusou em falar números. Acho que ele confundiu as bolas. Lembrando-se do que é ética, decidiu não citar as cifras de sua empresa. A ética diz que uma pessoa pode - e na maioria das vezes, deve - proteger a identidade de clientes e empresas, salvo alguns casos. No entanto, a ética não diz nada sobre proteger números. A recusa do ministro em esclarecer quanto sua empresa faturou só me remete a uma expressão bem conhecida: números não mentem. Fiquei com a impressão de que, no momento, em que começasse a falar quanto ganhou durante os quatro anos, seria obrigado a mentir - e, mais tarde, ser desmentido pelos números - ou se enrolaria ainda mais; o que não aconteceria se fosse tão inocente quanto quer se fazer parecer.

A verdade é que na entrevista Palocci pouco explicou, perto da montanha de dúvidas que ainda existem. Era mais uma aparição performática; para dizer “pronto, vim e falei”.

Mas pouco importa. Não é a primeira vez que Palocci se envolve em confusão. No governo Lula, coisa semelhante havia acontecido. Como é de praxe nega-se tudo, mesmo contra as evidências. Resultado: volta ele algum tempo depois.

Na pior das hipóteses, mais tarde Palocci volta pra continuar de onde parou.

Essa crise foi pior pra Dilma do que pra Palocci.

Um comentário:

  1. eu JURO que gostaria de comentar a postagem, mas eu nunca comento política, principalmente em blogs... hahaha (ainda mais sobre o Palocci)

    então, posso ser daqueles fúteis que chegam no blog e só elogiam o layout? (pq de fato, eu gostei do layout do seu novo blog! hahaha)

    abraaaço, Igo!

    ResponderExcluir