quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Buteco




Você já encontrou o buteco perfeito? Aquele que você trocaria por qualquer programa com a galera, ou melhor ainda, chamaria a galera toda pra ir pra lá? Não?! Bem, eu já encontrei.
E é perfeito por quê? Vou mostrar os fatos:

Fato nº 1: Localização - todos nós já conhecemos um bar ótimo, mas que fica a milhas de distância, tornando quase impraticável o deslocamento até ele. Não no caso do meu "buteco perfeito" ele fica na esquina da casa do meu namorado. Dois passos e pimba! Estamos dentro do buteco.

Fato nº 2: Preço - bares bons tem aos montes (ruins, mais ainda) e muitos desses bares bons pecam em uma coisa, o preço absurdo. Eu mesmo uma vez fui a um. Pedimos duas Brahmas e uma meia porção mixuruca de lingüiça com mandioca. Total da conta: 40 e tantos reais. Revoltados fomos embora. No "buteco perfeito" tomamos 4 Brahmas, um gigantesca poção de lingüiça com frita - gigante mesmo, vem numa pedra de pizza família. Total da brincadeira: 30 conto! OO". Aliás, enquanto o preço médio da Brahma aqui em JF é por volta dos 3 reais (já fui a bares que era R$ 3,70), lá é R$ 2,70...

Fato nº 3: Atendimento - Eu e meu namorado vamos lá pelo menos uma vez por semana -graças aos fatos nº 1 e 2 - e já nos tornamos praticamente sócios do lugar. Desnecessário dizer que somos quase íntimos das garçonetes...

Fato nº 4: Qualidade: Porções ótimas que vem em pedra de pizza gigante; e a própria pizza é uma delícia... preciso comentar alguma coisa???

E a cereja, no topo da cereja, no topo desse maravilhoso sunday, o...

Fato nº 5: O molho rosê e a mostarda caseiras são deliciosos. As vezes vamos lá e comemos molho rosê com porção. Sério! É tanto molho que a batata até murcha, mas é delicioso!

Ou pelo menos era...

[Você não achou mesmo que eu gastaria um post inteiro só pra fazer propaganda gratuita de um buteco né?...]

Segunda-feira a noite, fomos eu e meu namorado ao tal buteco - sim nós vamos a butecos na segunda-feira - e pedimos o habitual: uma brahma e uma porção megalomaníaca de linguiça com fritas. Tal qual foi nossa surpresa quando junto com a pizza a garçonete nos trouxe três míseros sachês de catchup, três míseros sachês de mostarda e dois pacotinhos com molho rosê e uma tesourinha de pré escola (que, aliás, não corta nem papel).

Esta não foi a primeira vez que recebi essa surpresa desagradável. De um dia para o outro esses demoníacos sachês de condimento tomaram conta de nossa sociedade como uma praga, subistituindo as práticas bisnagas (é assim que se chama aquilo?) por terríveis pacotinhos de catchup que se recusam terminantemente a se abrirem, seja com os dentes, unhas, facas ou serras elétricas...

Claro que também não gastei um post só pra falar de sachês irritantes - mas vamos lá, quem gosta daqueles troços?

O que realmente me incomoda nessa história toda é a explicação para esses sachês: A Agência Sanitária - ou qualquer outro orgão idiota desses... - obrigaram as lanchonetes, restaurantes ou afins a trocar as bisnagas* de condimentos por sachês lacrados para evitar que o produto ou estrague ou crie bactérias ou qualquer outra coisa do gênero. Ok. Motivo louvável. E também não é o motivo do post de hoje [Sim, estou mais chato do que nunca!]

Para onde olho, vejo sabão anti-bactericida, álcool gel, travesseiros anti-fúngicos, malditos sachês de catchup! É cuidado na hora de dar descarga, na hora de tomar banho, de beber água, de comer, de transar. Tudo! E fiquei me perguntando, quando as pessoas ficaram tão hipocondríacas? Por que essa obsessão e não pegar germes?! Como se não tivéssemos um sistema imunológico? Depois as pessoas se surpreendem porque algumas crianças adoecem com facilidade, afinal de contas, os pais desesperados em mantê-las longe de doenças, esquecem que novos anti-corpos só são criados quando a pessoa é exposta a uma nova doença!...

Ok, eu sei que não podemos descuidar da nossa saúde, concordo, mas é preciso tomar TANTO cuidado assim, a ponto de não podermos comer maionese como gente grande?

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p.s.¹: faz tempo que não escrevo, então estou meio enferrujado. Desculpem...
p.s.²: se for dirigir não beba; se for beber, me chame...

domingo, 18 de abril de 2010

O Certo E O Errado




Essa é a nossa luta diária. Vagar por entre aquilo que é certo e o que é errado. Não é nada fácil achar esse caminho, pois muitas vezes, um se confunde com o outro; outras, nós simplesmente não vemos nem um, nem outro. Do outro lado dessa lógica, estão aqueles que discernem com precisão impecável o certo do errado, quando ninguém mais os vê. Mas esses são poucos. Há ainda de se considerar quando o certo a se fazer é justamente o errado - e vice-versa.

E mesmo no meio dessa confusão, dessa luta muitas vezes injusta, o que podemos definir como certo e errado? É errado um homem adulto, transar com uma menina de 14 anos? É errado abandonar um filho doente? É errado matar? É errado canibalizar, manipular, mentir, se vender, se drogar, se arriscar, trair? E vendo muito do que hápelo mundo, arisco-me a perguntar: é errado amar?

Na grécia antiga, a pederastia era não apenas permitida, como encorajada. Espartanos matavam ou abandonavam os filhos homens, enquanto bebês, se fosse constatada alguma deformidade que os impedisse de entrar para as fileiras dos exércitos. Em grande parte da história humana, homens adultos disposavam meninas que mal haviam chegado à puberdade. Para civilizações indígenas e africanas, sacrifícios de humanos aos deuses eram rituais tão fundamentais quanto qualquer outro. Hoje, olhamos para muitos costumes antigos e nos horrorizamos, diante daquilo que nos parece errado. Mas era errado naqueles tempos? E quem somos nós pra dizer o que era (ou é) errado? Somos mais "civilizados"?

Certo e errado são conceitos tão volúveis e subjetivos (tanto hoje, quanto antigamente) que se torna praticamente impossível determinar o que se enquadra em um ou em outro. Por muitas vezes, o erro nem é erro... o certo nem é certo.



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ps.: esse texto ficou uma droga! sem começo, sem conclusão, sem desenvolvimento!
Um zero em qualquer critério! mas precisava falar...

sábado, 17 de abril de 2010

Portas




Estava diante da porta. Duas portas. Ambas pesadas; de um metal gélido e implacável, inconcebível na realidade em que vivia. Não sabia onde cada uma delas daria, jamais poderia saber o que se escondia atrás das colossais portas, nenhuma delas. Aliás, quem sabe o que se esconde atrás de suas próprias portas?... Achaava saber apenas que o destino de uma delas era sombrio e curto, dois passos e um fim. A outra? Era ainda mais imprevisível; esperava ser tão longa quando árdua, mas longa, cheia de muitas outras portas que o levariam a tantos outros lugares.

E lá estavam as portas, e ele diante dela. Investigava dentro de si, o que queria. Abrir qualquer uma das duas, pelo peso do metal, seria uma tarefa, no mínimo, hercúlea - embora não visse muito mérito heróico em nenhuma delas. A pergunta mas pertinente era essa: valeria a pena, abrir qualquer uma das duas? Mas tinha que abrir.