quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Lado Escuro da Lua




Vai me dizer que nunca teve aquela curiosidade? Não sabe do que estou falando? Aquela curiosidadezinha de saber o que as pessoas são de verdade. Não é xeretar, não é saber pra tirar vantagem ou difamar. Apenas a curiosidade genuína. Entende?

Eu sempre vou achar as pessoas estúpidas e vazias! É minha benção e minha maldição. Mas esse cinismo ácido nunca vai conseguir aplacar essa curiosidade genuína que sinto em relação às pessoas, de olhar pra alguém e me perguntar "do que será que ela é capaz?", "o que ela é, de verdade, quando ninguém está olhando?" ou "Como será o seu lado negro?"

E o mais engraçado é que já estive presente nos segredos mais íntimos de muitas pessoas. Algumas eu chego a pensar "Caraleo! Quem diria..." E mesmo sabendo, ainda não me contento. Quero saber mais e mais, quase como um drogado que descobre o chá milagroso e viciante. No entanto, o acesso a esses segredos é tão raro. Satisfazer esse vício é tão dificil. Olho aquela pessoa na rua e pergunto "Como ela é?" e dói saber que essa pergunta talvez jamais seja respondida

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"Tira a máscara que cobre o seu rosto
Se mostre e eu descubro se eu gosto
do seu verdadeiro
Jeito de ser"

Máscara, Pitty

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Perdido de Si em Si

Perdido em si mesmo, encontrou o caos. O caos interno que habita a nós todos. Aquelas frustrações antigas, as novas e as que - por mais incrível que possa parecer - ainda virão. Não tinha certeza se aquela era a hora mais apropriada para ter se perdido e encontrado tanto de si em si. Não! Tinha mais absoluta certeza de que a hora era totalmente inapropriada!

Perdido de si em si, sua bussola interna perdeu seu norte, enquanto o mundo se despedaçava em marolas, curas eram fabricadas e portugueses mudados. Não estava perdido apenas de si. Estava perdido do mundo. E pela primeira vez tinha consciência de que não era o mundo que estava perdido dele, como costumava achar. Não! Ele era o problema! Sem mentiras confortáveis, sem palavras de consolo, sem fugir da responsabilidade.

Perdido em si mesmo, encontrou a metade do homem que queria ser. Um oitavo. Um dezesseis avos. Um milésimo daquele ser mitológico que desejava de si mesmo. Diminuiu-se. E nem fazia idéia do porquê. Sabia que a conjugação não era mais "me diminuiram". "Diminuiu-se" mesmo! Era, pra variar, era um agente ativo desta vez. Quanta irônia...

Perdido de si em si, queixava-se. Queixava-se daquela psicologia imbecil que todos pregam: "you don't wanna change". "Yes! Maybe, I don't want to! So what?" E daí que não aguentaria mais. Já não estava. Sabia disso. Perdido de si em si, viu louros virarem espinhos, a genialidade em fardo ignobil.

Perdido em si mesmo, encontrou os outros. Que outros?! O que eles sabem?! Aparentemente eles sabiam de tudo... Afinal, quem não sabe? E precisava mesmo que soubessem, porque ele já não sabia de mais nada. Não queria saber aquilo que os outros sabiam porque não acreditava muito naquilo.

Perdido em si mesmo, encontrou o próprio caos


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Part of me won't go away
Everyday reminded me how much I hate it
[...]
I made the problems in first place

(Part of me by Linkin Park)