segunda-feira, 27 de junho de 2011
Homofobia Existe Sim!
sexta-feira, 24 de junho de 2011
V
Não é pedir demais. É pedir tudo que importa! Direito a informação livre, direito à conhecimento sem barreiras.
A Internet não é terra de ninguém, é terra de todos! Não há, no mundo real, um ambiente tão participativo quando o da Internet. Compras em grupo, redes sociais, enciclopédias participativas! Todos contribuem para o crescimento da informação na Internet.
O grupo Lulzsec Brasil alega que “na última década, o governo tem tentado assumir o controle de nossa internet”. Verdade? Sim. E não só o brasileiro! Por quê? Estratégia de dominação: tome do povo, aquilo que é do povo, e você os dominará. É a lógica de qualquer governo. Quem domina um poço d’água, numa região desértica controla quem vai beber daquela água. Quem controla a “linha direta” com deus, controla quem vai pro céu... Quem controla informação e conhecimento, controla mentes e idéias.
Os ataques de Lulzsec tiveram alguma relevância, alem do incomodo gerado administradores dos sites e à segurança eletrônica deles? Não! Não revelaram dados importantes, não derrubaram serviços vitais, não lucraram nada com os ataques. Mas a idéia de defender a liberdade de informação na Internet é uma bandeira que vale a pena levantar. E atos prejudiciais aos serviços públicos que fossem danosos à população apenas diminuiria a nobreza de suas intenções.
Esses hackers são criminosos? São! Mas alguns criminosos do passado se tornaram revolucionários.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Filhos
Foi-se o tempo em que eu queria tê-los. Hoje, vejo pessoas com filhos nas ruas e a única pergunta que me passa pela cabeça é: como alguém pode ser tão irresponsável?
Não consigo mais me imaginar criando um filho no mundo em que vivemos hoje em dia. Um mundo no qual os valores são tão esquizofrênicos, tão insanos que chega a ser uma verdadeira afronta ao direito humano de uma criança viver.
Como criar um ser humano descente nesse lugar tão avassalador, em que se tem para todos os lados milhares de distrações daquilo que realmente importa ao alcance da mão ou dos dedos?!
Como criar uma personalidade honrosa, inteligente e crítica num mundo em que o ideal é ser justamente acéfalo? Como fazer sua criança entender que ficar alucinado não leva a lugar nenhum, quando existem dezenas de milhares de pessoas que acham que é "legal".
Como fazer seu filho entender que, por mais que sexo seja certo, existem milhares de pessoas servindo de exemplo errado?!
Como ensinar seu filho a respeitar os outros, quando os outros não se dão ao respeito e, portanto, ele acaba por aprender a desrespeitar os outros e a si próprio?
Como dedicar tempo ao seu filho, num mundo em que nosso tempo é cada vez mais escasso?
Não desisti de ter filhos por desumanidade ou por frieza.
Não ter filhos foi a escolha mais humana e piedosa que eu poderia ter.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Raso
Deito-me em águas rasas,
como na beira de uma praia deserta e fria.
O mar me toca,
inconsistente,
inconsciente,
inconstante.
Não quero ter que pensar,
Deitado aqui, esparramado por ali
Com gotas de sal coçando a pele
Tal qual eu coço a própria mente
Não são sensações boas,
Essas que se tem para sentir
Tal qual não são bons esses pensamentos
Para se pensar.
São quebra-cabeças que não se encaixam em mim.
Sou eu que não me encaixo em mim.
Por isso essas palavras tortas,
Perambulando bêbadas e torpes
Nestas páginas de fútil conforto
Nestas páginas de fútil solidão.
Por que assim sou eu nestes novos tempos
Bêbado, torpe, fútil.
Como o mar no qual me deito: raso.
sábado, 4 de junho de 2011
Quebrou-se o Silêncio
Veio a nós, finalmente, a voz de Palocci, ontem, no Jornal Nacional. Veio para explicar - ou tentar - a multiplicação por 20 do patrimônio de sua empresa.
E explicou. Se convenceu, eu já não sei. A mim pelo menos não.
Porque esse silêncio durou tanto tempo. Claro que na política, as coisa não podem acontecer às pressas; mas toda a movimentação do governo e do PT para “blindar”, como andam dizendo por aí, Palocci me parece obscuramente suspeito. O esforço não deveria ser tão grande se o enriquecimento do ministro da Casa Civil fosse perto de ser lícito, toda articulação política - feita inclusive equivocadamente por Lula - para impedir que as explicações viessem em tempo hábil do próprio Palocci me prece estranha.
Outro fato que me intrigou foi: durante a entrevista no Jornal Nacional, Palocci se recusou em falar números. Acho que ele confundiu as bolas. Lembrando-se do que é ética, decidiu não citar as cifras de sua empresa. A ética diz que uma pessoa pode - e na maioria das vezes, deve - proteger a identidade de clientes e empresas, salvo alguns casos. No entanto, a ética não diz nada sobre proteger números. A recusa do ministro em esclarecer quanto sua empresa faturou só me remete a uma expressão bem conhecida: números não mentem. Fiquei com a impressão de que, no momento, em que começasse a falar quanto ganhou durante os quatro anos, seria obrigado a mentir - e, mais tarde, ser desmentido pelos números - ou se enrolaria ainda mais; o que não aconteceria se fosse tão inocente quanto quer se fazer parecer.
A verdade é que na entrevista Palocci pouco explicou, perto da montanha de dúvidas que ainda existem. Era mais uma aparição performática; para dizer “pronto, vim e falei”.
Mas pouco importa. Não é a primeira vez que Palocci se envolve em confusão. No governo Lula, coisa semelhante havia acontecido. Como é de praxe nega-se tudo, mesmo contra as evidências. Resultado: volta ele algum tempo depois.
Na pior das hipóteses, mais tarde Palocci volta pra continuar de onde parou.
Essa crise foi pior pra Dilma do que pra Palocci.