domingo, 19 de setembro de 2010

Poder, Dinheiro, Fama e Morte


Hoje vou postar o rascunho da redação que fiz para último vestibular que prestei. Estou pra postá-lo há muito tempo e só agora lembrei de escrevê-lo aqui. Dentre os temas para a redação, foi pedido para abordar as relações de poder e dinheiro que levam as pessoas famosas ao crime, bem quando o caso do goleiro Bruno estava em evidência. Como achei os outros temas muito chatos, preferi fazer desse mesmo, embora não aguentasse mais ouvir falar em Caso Bruno.

Gostaria de dizer também, que estreei duas seções hoje, no blog. Uma é a "Nostalgia", onde reescrevo alguns dos meus textos mais antigos que acho terem ainda alguma relevância. E a outra é a "Rapidinhas", onde escrevo breves pensamentos que me ocorrem todos os dias, mas que não valem um texto inteiro. Leiam e divirtam-se.

No mais, até a próxima.

_________


O Poder não muda as pessoas, apenas revela quem elas realmente são. Pegue, por exemplo, o caso do goleiro Bruno, do Flamengo, suspeito de envolvimento na morte da amante Eliza (Samudio). Um crime de motivo banal, recheado de requintes de crueldade, que revela a frieza e a falta de respeito pela vida humana. Ameaçado por ma ex-amante, Bruno decide simplesmente eliminá-la. Tal - ilusão de - poder vem dos privilégios que a fama e a fortuna trazem.

O instinto criminoso, provavelmente, não aparece logo no começo. Há de se considerar os inúmeros exemplos divulgados exaustivamente de pequenos e médios delitos ignorados por oficiais da lei em troca de dinheiro. A sensação, certamente inebriante, de "comprar" privilégios, acessos, facilidades, gera a ilusão de que todo o resto pode ser resolvido através do dinheiro ou influência; inclusive, quando a solução mais fácil parece ser matar ou aterrorizar alguém, e o medo da punição por tais crimes caí por terra quando se acha que pode, também, barganhar a Lei ou, até, ser alheio à ela.

No entanto, não se pode culpar apenas o dinheiro por estes desvios de caráter. Temos que atentar também - se não principalmente - para fatores sociais e econômicos do criminoso. Numa sociedade como a nossa, em que a ascensão meteórica, embora rara, é possível, alguém sem um exemplo do que o dinheiro pode ou não, deve ou não fazer, confunde seus papéis e adquire uma noção deturpada de seus limites, ou seja, desconhece ou ignora os rigores da lei que deveria seguir, trocando-as pelas próprias.

Claro que isso não justifica a barbárie dos crimes de uma dita elite brasileira. É preciso lembrar a eles e à sociedade que ninguém está acima de nenhuma lei, seja por dinheiro, fama, influência ou simplesmente arrogância. Todos os infratores devem ser julgados, condenados e punidos por seus crimes, independentemente de quem sejam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário