quinta-feira, 9 de junho de 2011

Raso


Deito-me em águas rasas,
como na beira de uma praia deserta e fria.
O mar me toca,
inconsistente,
inconsciente,
inconstante.

Não quero ter que pensar,
Deitado aqui, esparramado por ali
Com gotas de sal coçando a pele
Tal qual eu coço a própria mente

Não são sensações boas,
Essas que se tem para sentir
Tal qual não são bons esses pensamentos
Para se pensar.
São quebra-cabeças que não se encaixam em mim.
Sou eu que não me encaixo em mim.

Por isso essas palavras tortas,
Perambulando bêbadas e torpes
Nestas páginas de fútil conforto
Nestas páginas de fútil solidão.

Por que assim sou eu nestes novos tempos
Bêbado, torpe, fútil.
Como o mar no qual me deito: raso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário