
Deito-me em águas rasas,
como na beira de uma praia deserta e fria.
O mar me toca,
inconsistente,
inconsciente,
inconstante.
Não quero ter que pensar,
Deitado aqui, esparramado por ali
Com gotas de sal coçando a pele
Tal qual eu coço a própria mente
Não são sensações boas,
Essas que se tem para sentir
Tal qual não são bons esses pensamentos
Para se pensar.
São quebra-cabeças que não se encaixam em mim.
Sou eu que não me encaixo em mim.
Por isso essas palavras tortas,
Perambulando bêbadas e torpes
Nestas páginas de fútil conforto
Nestas páginas de fútil solidão.
Por que assim sou eu nestes novos tempos
Bêbado, torpe, fútil.
Como o mar no qual me deito: raso.
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