sábado, 3 de maio de 2008

Zumbidos de uma Noite


sub-título: Relato de uma noite surreal; Relato surreal de uma noite, Surreal Noite de um Relato;...

Acordei. Depois de uma madrugada abrigado em uma marquise; gastanto tempo e energia em coisas que muitos não teriam coragem, despertei de um sono de pedra. Dormi como a muito tempo não dormia.

Mal pus os pés pra fora da minha quente e amada cama, e já me enfiei na vastidão iluminada da rua. Despertei com um chamado comum (que fora tantas outras vezes irritante, mas não dessa). Levantei-me e sem mais nada a fazer, fui a casa de familiares, onde o desejum seria mais agradável. Entenda desejum por almoço, e não que fosse ser mais agradável pela comida mas não pela companhia, e não entenda companhia por apenas dos familiares. De ante-mão, sabia que outra pessoa muito especial seria presente nesse horário, não coincidentemente.

Convites feitos, fui-me ao almoço, onde, por conta do meu estômago alienigena, comi pouco, mas me fartei de companhia especial. Ameacei uma siesta (ou seria com "c"?...) nos braços de tal felizardo.; mas era apenas uma ameaça, pois o tempo (como sempre) urgia. Voltei para casa, afim, inicialmente, de terminar meu cochilo; porém, não consegui, pois o tempo seria, ao invés de vilão, herói. Quando todas as possibilidades tinham se esgotado, todas as esperanças se esvaindo, eis que surge a oportunidade. Então, sob o sol mesmo, ali, atento, observando, sempre observando, o intruso foi convidado a visitar a tão conhecida morada. E ali, fizemos aquilo que a tanto desejávamos.

Prazeres saciados, terminei minhas obrigações e, num lapso de caridade e carência, decidi por me divertir. Primeiro, em companhia de uma pessoa especial, mas não a primeira. Sim, talvez primeira por ordem de chegada, mas não primeira por ordem de sentimento. Ou, talvez sim... não sei dizer... Enfim! Eu, meu amor e meu outro amor (este último, menos intenso, até por laços sangüineos e fraternos - notem que existe grande diferença...) fomos ao centro da futilidade e consumismo. Mas do que isso importava?... Afinal, a inteñção não era criticar a burguesia futil que nos cerca e, sim, curtir um momento em reunião com os amigos. Naquele lugar experimentamos uma delícia que devia ser proíbida: chocolate derretido com frutas e sucrilhos! Hmmmm! Perfeito! Devia ser proíbida, não pelo pecado da gula, mas sim, pela agressão que é comer aquela iguaria quente! As consequências viriam depois.

Empanturrados com tanto chocolate, continuamos nossa jornada inútil, e um antigo (nem tanto assim...) desejo se realizou. Adquirimos telecomunicadores que nos manteriam em constante contato (em teoria...). Esperamos ávidos minutos, sentados num cadeira desconfortável de plástico, olhando pro sócia do Rob Willams! A paciência esvaída, foi salva por um triz quando finalmente saímos da famigerada loja - que, mais tarde, descobririamos que daria ainda mais dor de cabeça!

Um de nós se foi. Sim, um de nós se foi, pois o resto da noite seria minha e da minha companhia especial. E foi mesmo! Fizemos o que muitos julgariam proibido, mesmo cobertos de vergonha. A bebida esverdeada, com gosto de enxaguante bucal, ardeu as entranhas liberando alguns demônios internos. Ou seriam anjos? Nunca se sabe até que os encontre de verdade... depois, nos esbaldamos! Dançamos até onde os ponteiros permitiram, experimentando cada sensação, cada cheiro, cada gosto, cada movimento antes desconhecido. O álcool boiando em bolhas no cérebro. Mas talvez nunca estivesse tão lúcido. Velhos fantasmas voltaram, como sempre voltam. Memórias que deveriam morrer junto com os sentimentos, mas insistem em reanimar outros menos nobres. Raiva e traição. Mas não naquela noite. Aqueles mil fantasmas jamais passariam de fantasmas naquela noite. Aquela era a minha noite! Minha e dele! E assim foi! Dançamos até onde o relógio permitiu!

Agora, restou apenas uma pequena parcela de solidão desse ótimo dia. Não que eu vá estar sozinho ao sair de casa, mas estou ao deitar na cama. Restou apenas a solidão e o zumbido no ouvido, que a ausência da música deixa. A música e a dança. A dança e as descobertas...

on the player: korn - got the life [acoustic]

Posted by Picasa

Um comentário:

  1. Entendi algumas partes, outras nao, e outras fiquei a imaginar, sem saber se estava certa ou nao!
    hahahaha

    Mas percebi que bom, foi!

    beijos

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