sábado, 17 de abril de 2010

Portas




Estava diante da porta. Duas portas. Ambas pesadas; de um metal gélido e implacável, inconcebível na realidade em que vivia. Não sabia onde cada uma delas daria, jamais poderia saber o que se escondia atrás das colossais portas, nenhuma delas. Aliás, quem sabe o que se esconde atrás de suas próprias portas?... Achaava saber apenas que o destino de uma delas era sombrio e curto, dois passos e um fim. A outra? Era ainda mais imprevisível; esperava ser tão longa quando árdua, mas longa, cheia de muitas outras portas que o levariam a tantos outros lugares.

E lá estavam as portas, e ele diante dela. Investigava dentro de si, o que queria. Abrir qualquer uma das duas, pelo peso do metal, seria uma tarefa, no mínimo, hercúlea - embora não visse muito mérito heróico em nenhuma delas. A pergunta mas pertinente era essa: valeria a pena, abrir qualquer uma das duas? Mas tinha que abrir.

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