É espantoso assistir ou ler o noticiário mundial e perceber que no alvorecer do século XXI ainda existam grandes tiranias. E o pior de tudo, elas ainda têm forças e resistem bravamente em seus pensamentos dito evoluídos. Não falo da Coréia do Norte, aquela "paiseco" cujo único trunfo é o desenvolvimento de armas atômicas. Também não falo do reino encantado do Ditador Fidel, aquela Cuba maravilhosa e socialista que está a dois passos da miséria - é fácil não ser uma sociedade consumista quando não há o que se consumir.
O que falo é do poder que ainda tem a tirania da República Popular da China. Certamente o crescimento econômico de 10% ao ano lhe subiu a cabeça. Aliás, fato curioso, é fácil crescer economicamente sem respeitar diversas leis ambientais, tendo a plataforma energética mais poluída do mundo, um governo autoritário, de partido único, censura para todos os lados. É fácil governar e crescer quando não há ninguém para se opor a você. Por isso as mornárquias absolutistas da França foram tão bem sucedidas em jogar o povo na miséria enquanto sustentava o luxo da corte. Talvez, com olho nessa história,a China tenha tanto medo da uma Queda da Bastilha Oriental e trata sua população com rédeas tão curtas.
Por exemplo, Liu Xiaobo, um dissidente chinês, condenado a 11 anos de prisão por defender a abertura democrática da China e nomeado ao Nobel da Paz deste ano. Ele é estranhamente mais conhecido no mundo do que em seu próprio país. Quase nenhum de seus conterrâneos sabem quem ele é, o que ele fez, se está ou não preso. Por quê? Porque não interessa a China que sua população saiba que há pessoas lutam pela liberdade de seu povo. Não interessa à China revelar a pressão estrangeira, a premiação do Nobel da Paz. Não interessa nem se fazer de desentendida. Isso seria admitir o erro - que eles não acham que seja erro.
Aí é que está o problema. Se não há problema algum com o modo de governar chinês, porque tanto medo de um simples prêmio, de um único homem, da democracia de uma forma geral? Se o jeito comunista da tão certo quanto os números demonstram, porque essa agressividade frente a liberdade democrática, da informação? Por que há todos os problemas. O maior medo de uma tirania é o poder de escolha do povo que há oprime; porque, a partir do momento em que o povo ganhar a consciência do poder que tem, a tirania vai a ruína e aqueles que detêm o poder não terão mais nada. Uma tirania não suporta opiniões multilaterais por isso silencia todos aqueles que são contra ela e aliena aqueles que estão sob sua influência.
A China pode até ser o país que mais deu certo nas últimas décadas e ter muito a que ensinar a países ocidentais como Brasil ou até mesmo os Estados Unidos. Mas o que as pessoas têm que se perguntar é: a que custo a China cresceu tanto? Da liberdade de opinião, da liberdade de ir e vir, da liberdade de escolher? Da Liberdade?
Nenhum comentário:
Postar um comentário