Existem certos lugares em que a gente não deve meter o bedelho onde não é chamado. Às vezes porque o assunto realmente não é da nossa conta, outras, porque simplesmente não temos competência para tanto. Eu não me importo muito com nenhuma das duas.
O que quero falar hoje é sobre a decisão do congresso americano de investigar membros das comunidades mulçumanas sob sua bandeira como uma forma de impedir que a Al-Qaeda recrute membros para suas fileiras de homens-bomba. Percebem que numa sociedade já fragmentada e aterrorizada por um medo psicótico infundado, uma decisão como essa pode agravar ainda mais o abismo entre ocidentais e mulçumanos? O inimigo mulçumano nos Estados Unidos está sendo fabricado exatamente como inimigo ocidental foi fabricado no Oriente Médio, através da intolerância social - e aqui não cito apenas a religiosa, que persegue cristãos, judeus e até sub-grupos mulçumanos que são “minorias” nos países - tem as mesmas raízes que da intolerância que se instaura agora nos EUA.
Decisões como essa apenas sustentam e embasam o ódio que Aiatolás e Ahmadinejah tem contra o ocidente. “Olha, eles nos odeiam! Não nos respeitam! Não podemos respeitar os infiéis”, ou diriam alguma baboseira parecida para recrutar ainda mais homens-, mulheres-, crianças-bomba. Claro que os americanos precisam pensar em sua proteção, afinal de contas, o 11 de setembro realmente aconteceu; mas iniciativas políticas como a que o congresso americano propôs, correm o risco de apenas aumentar os atos de violência, que já não são poucos.
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ps.: ok, depois desse post você pode estar pensando “e daí?…“, não é mesmo?… É… é daí?…
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