segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Outro Reality Show? Really?!...




Ainda me perguntou: por que perco tempo vendo televisão? Claro que não vejo sempre. A Internet já chegou ao ponto em que tudo que preciso de cultura e informação, eu tiro dela, e tiro com muito proveito, obrigado. Mas infelizmente, a televisão ainda é uma onipresença em certos lugares. Mais precisamente, quando não há Internet por perto... Por exemplo: neste exato momento, estou na casa do meu namorado, offline (escrevendo no Word), assistindo o mais novo Reality Show nojento da Globo: Hipertensão.

Acredito que esse filão seja uma mistura de Saw (Jogos Mortais) homeopático com No Limite - lembra, aquele que tentaram ressuscitar o ano passado e não deu muito certo porque ninguém mais agüenta ver gente anônima comendo olho de cabra? Então... esse mesmo! O Hipertensão lembra também aquele fracasso que foi apresentado pelo Paulinho Vilhena, em que os participantes tinham que pegar dinheiro em meio a um monte de nojeiras. Pensando melhor, esse último talvez fosse um piloto desse Hipertensão. Que, aliás, também tem aquela coisa de casa, confinamento... BBB - aliás, as inscrições da 11ª edição já começaram. Vou correndo pegar minha câmera e fazer um vídeo e mandar pro Bial [ironia mode: on (¬¬”)] - Enfim... A Globo não se contentou em fazer vários programas péssimos e juntou-os num único, pra fazer um superior à todos os outros!

Primeira consideração: Necessidade

Pra quê inventar um “Reality Show fora de época”?! BBB já não era ruim o bastante para a programação televisiva e para a cultura brasileira?! Tinha mesmo que fazer outro?!

Mas não é só apenas outro (a redundância foi proposital) Reality Show! Ele tem um quê de adrenalina, de esporte radical, além da nojeira de ratos, baratas e cobras. Ou seja. A demanda da audiência não se limita mais à simplesmente ver a convivência “real” (porque aquilo é tudo, menos real) de anônimos estranhos entre si dentro de uma casa; Não! A mediocridade cultural brasileira tem que ir além! Agora eles querem adrenalina, hipertensão! Isso me lembra um pouco o comportamento de dependentes químicos. Com o tempo o viciado precisa de drogas mais pesadas!

Eu até assistiria, se não houvesse cabos de segurança, pára-quedas, toda aquela parafernália que anula as chances de um acidente fatal e que os bichos nojentos não fossem pegos de viveiros isolados, que fossem devidamente limpos. Ou seja: que a coisa fossem perigosa mesmo!

Segunda Consideração: Peitinhos

O Hipertensão já perdeu a pouca simpatia que eu poderia ter logo no primeiro episódio. Por quê? Na primeira prova, na chamada dos participantes, me aparece uma mulher, de braços cruzados, girando num efeito maravilhoso de câmera... de topless! Pagando peitinho!!! Peitinho!!! Agora, você imagina e pense comigo... Como uma mulher se presta a fazer uma coisa dessas? Claro, a Cléo Pires foi capa da Playboy semana passada (foi semana passada mesmo?) e pelo que vi de algumas fotos foi um trabalho excepcional! Milhares, centenas de milhares de mulheres pagam peitinho em incontáveis filmes pornô (algumas pagam até útero...). Qual o problema do raio da mulher pagar peitinho no Hipertensão?! A diferença é que a Cléo Pires se prontificou a pagar peitinho num veículo de comunicação que se presta a mostrar o peitinho das mulheres. O Hipertensão se presta a quê? Mostrar mulheres pagando peitinho também?

“Ah! Mas você é gay! Viadinho não quer ver mulher pagando peitinho na televisão!”, você poderia argumentar, caro leitor. Mas homens saradões semi-nus também me incomodaram. Se eu quisesse ver homem lindo, tesão, bonito, gostosão e tatuado, era só ir no Pornotube, que veria bem mais coisa. Só tem UM, 01, I, um único homem menos definido. A palavra chave aqui é “menos”! Aliás, esse programa poderia também se chamar Next Brasilian Top Model - afinal, já que é pra ser ruim, vamos ao fundo do poço e colocar o nome em inglês. Não há uma só pessoa, macho ou fêmea, que não possa ser modelo dentro desse jogo! Alguns precisam de alguns retoques, mas em via de regra, não tem uma única pessoa feia participando do programa! E isso me faz pensar o seguinte: seria esse o artifício de um programa vazio pra conseguir atrativos e, assim, audiência? Mostrar gente bonita se ferrando em provas teoricamente perigosas? Até por que, quem quer ver um gordo pulando numa piscina com pedras de gelo?... Ou uma baranga berrando diante de um prato de pizza de minhocas?... Ninguém né?

Éh! Por esse lado posso entender. Um programa totalmente sem conteúdo tem mais é que lançar outros pseudo-artistas e pseudo-modelos enquanto o martírio de janeiro não chega [ironia mode: ainda on (¬¬”)³]

Conclusão

Sabe o que é pior? Não ter Internet neste momento, onde eu possa escolher o que ver, na hora que eu quiser. Mulher pagando peitinho, homem de sunga, gente pagando mico ou se ferrando no Youtube.

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p.s.¹: Você poderia dizer também, caro leitor: “Porque não desligou a p**** da televisão e foi ler um livro?” Sim, concordo que teria perdido menos neurônios e menos da minha parca paciência; mas minha revolta foi instantânea e vim partilhá-la com vocês. Sim, a adorável peculiaridade de aproximar as pessoas da Internet.

p.s.²: Pra você que não saca nada de inglês e não entendeu o título, aí vai a tradução/explicação: o “really” é uma expressão de espanto em inglês, equivalente ao nosso “mesmo”. Tipo, alguém vira pro você e fala: “Sabe fulano? Morreu!” e você responde: “Mesmo?!” Então é isso.

p.s.³: Não sei o que pode ser pior... Na minha cidade, a emissora regional exibe nas noites de domingo um programa de entrevistas com pessoas importantes e proeminentes (existe alguma diferença?) das redondezas. Ou seja, ninguém que realmente valha a pena entrevistar. Resumo da ópera... estou f*****!

p.s.4: Poderia também, ligado o Media Player, mas estranhamente hoje, não estou com saco nenhum pra ouvir música... Mas se o tivesse feito, não teria feito esse lindo post. =DD

p.s.5: Sem mais ps’s...


Um comentário:

  1. "Reality shows" como "Big Brother", "Hipertensão" "Busão do Brasil", entre outros, são o que há de mais atrasado na TV aberta brasileira. Em outros países, principalmente naqueles que inventaram esse tipo de programa, a febre desse tipo de conteúdo já passou e não deixou saudade. Falta o brasileiro evoluir um tantinho mais e mostrar que também sabe preferir coisas melhores. Mesmo que isso seja demais de mais de 10 anos...

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