Acho que um terremoto nunca causou tanta destruição num país, como o deste último final de semana que atingiu o Japão. Além do violento tremor de 9 graus na escala Richter, tsunamis de 10 metros e, a cereja em cima da cereja no topo desse maquiavélico sundae de destruição, uma usina nuclear vazando radioatividade e prestes a explodir. Esse foi o pior acidente envolvendo energia nuclear desde Chernobyl.
Claro que essa tragédia no Japão faz necessária a discussão sobre as melhorias das instalações das usinas de energia atômica, quais medidas são necessárias para garantir a segurança e saúde da população. Mas é preciso repensar a paranóia que se apossou da comunidade internacional depois que a central nuclear de Fukushima entrou em colapso. A União Européia, os EUA e até a Índia estão freando seus programas nucleares depois da catástrofe japonesa. Acredito que o Brasil faria a mesma coisa se utilizasse energia nuclear com mais significância em sua matriz energética.
Não minimizando as proporções do acontecido ou o quão nocivo é a radioatividade para o corpo humano, há um certo exagero ao redor dessa questão. De novo, é preciso sim, discutir a implementação de medidas de segurança mais eficazes para usinas nucleares, mas também não se pode permitir um retrocesso baseado apenas no medo e na desinformação.
Num mundo em que obtenção energia é um problema constante, a matriz nuclear é uma das mais eficientes quando comparadas com outras, não só pela sua produtividade, também por outros aspectos. Embora seja a manifestação natural mais nociva à saúde do homem e ao meu ambiente, quando devidamente utilizada - ou seja, dentro de parâmetros de segurança - poluí menos e causa menos estragos à saúde do que o carvão por exemplo, que não possuí qualquer parâmetro de segurança que contenha seus danos. Em comparação com usinas hidroelétricas, a energia nuclear também ganha no quesito espaço. A área afetada pela construção de uma hidroelétrica é gigantesca, o impacto ambiental beira o catastrófico: desmatamento, represamento e redefinição de cursos de rios, que desencadeiam várias outras consequências. Contra a Eólica e Solar, bem… a geração de energia dessas duas matrizes ainda está a anos de ser viável para grandes populações como Brasil ou Japão.
É uma pena que um desastre como o do Japão incite uma paranóia nos governos do mundo todo. Uma paranóia que nasceu na Guerra Fria, com o medo da guerra nuclear e Chernobyl. Duas situações que não se aplicam mais ao mundo atual. Chernobyl foi um acidente fruto da ânsia da União Soviética em se mostrar mais poderosa para o mundo, e acabaram fazendo um trabalho mequetrefe. Fukushima foi vítima de uma fatalidade da natureza. Uma bem cruel. Todos nós estamos sujeitos a elas e se nos deixarmos levar pelo pânico, jamais conseguiremos atingir a evolução necessária para nos protegermos dela.
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ps.: os 15 minutos de fama de Kadifi acabaram depois do terremoto no Japão. Ou alguém ouviu falar nele depois desse fim de semana? Será que alguém vai se lembrar dos Dias de Fúria no Oriente Médio depois que a poeira abaixar?...
É uma fatalidade tudo isso que está acontecendo no Japão. Deus queira que tudo isso acabe logo.
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