terça-feira, 15 de janeiro de 2008

2 + 2 = ?

Qual sentido da vida? pergunta que induz a um pensamento frio e lógico, algo tangivel, algo claro e passivel de ser analisado sob qualquer ângulo ou perspectiva. Essa pergunta pede uma resposta objetiva, talvez, pelo medo do ser humano não conseguir encarar o mistério; a neblina no horizonte lhe causa mais terror do que a bocarra aberta do leão faminto a sua frente...

Sentido. Não posso afirmar, com certeza, qual o motivo dessa palavra. Mas, pessoalmente falando, ela me remete aos sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Também me faz lembrar de direção, rumo, sentido. Qual o sentido da vida? Para onde ela vai??? Qual o gosto, cheiro dela?

Sentido. Lógica. Raciocínio. Motivo, razão, porquê. Por que vivemos? Qual o sentido das alegrias e tristezas, perdas e ganhos que carregamos em nossas histórias?
Admitindo que vivamos após a morte, o que fariamos depois? por que temos que fazer tanto. Por que Deus nos criou? Por que qualquer outra entidade cósmica, força mística, força física, força universal nos fez? 
Não há sentido??? Mas, convenhamos, isso também não faz sentido!

O cérebro (apenas o cérebro) clama por algo que tenha razão. Ou talvez não clame. Ou talvez a nossa complexidade é que peça algo além. um sentido revelador, trancedental. Mas a nossa complexidade (em relação aos outros seres viventes desse planeta e os únicos com que podemos nos comparar) vem justamente do cérebro. Então, arrisco dizer que, sim, é ele quem clama um sentido trancedental. O cérebro. A "Máquina Perfeita", ou, pelo menos, o "processador perfeito". Processador de informações, dados. Para organizá-los de forma racional. É o cérebro que produz a pergunta: qual o sentido da vida? Se essa pergunta lhe parece muito pesada, posso aliviá-la: qual o sentido de tudo isso que vivemos, do que fazemos? Por que lutamos e morremos? Se a morte é o fim, nada mais revelador pode nos acontecer. Se a morte não é o fim, podemos admitir que a revelação virá depois? Ou não. A morte é como a vida? Então, seu sentido é um sonho?

Sonho. Sonhos. "Terra" onde nada parece fazer sentido. E nem precisa. Será que lá, a vida também não precisa fazer sentido? Outra inquietante pergunta: na "terra dos sonhos" existe vida? Chamo de vida a condiçao de respiração, alimentação, reprodução, envelhecimento. Os processos biológicos, a vulnerabilidade da carne, o finito. Existe vida na "terra dos sonhos"? Se ela não existe lá, se existe apenas a nossa consciências e nossas fantasias, então lá, seu sentido é desnecessário. Até por que nossas fantasias não fazem muito sentido...

E voltando a esse mundo... Se, no mundo dos sonhos, a vida que conhecemos (finita) não existe, apenas nossa consciencia e fantasias, então, é lógico dizer que o fim da vida é a condição para o seu sentido?

Fim. Finito. Sentido. Tal seqüência de pensamentos me faz lembrar de um filme no qual o vilão, preso, recebe uma encomenda de um homem que fora visitá-lo. o homem lhe entrega uma caixinha e pergunta ao preso o que era tal encomenda. O preso responde: "é um jogo, que contem o segredo da vida" e desdobra a caixa, que revela ser, na verdade, uma arma. O outro homem, que ainda não havia percebido o objeto, pergunta debochadamente "e qual é o sentido da vida?". O vilão, apontando a arma para a garganta do outro, responde "é que ela acaba" e mata o sujeito.

Seria esse o sentido da vida?...

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