terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O sangue sempre fala...


Pois é... o sangue sempre fala...

Nossa relação com nossos pais é muito estranha. Uma hora tudo o que mais queremos é ficar o mais distante possível deles; na outra, queremos o afago e o carinho que só eles podem nos dar (ou assim eles querem que acreditemos...). As cobranças irritantes, as imensas listas de tarefas do dia, faça isso, faça aquilo, faça aquilo outro! Tudo ao mesmo tempo e na maior velocidade possível!!!

O sangue sempre fala... Ele fala quando sua raiva precisa ser apaziguada. Fala quando sua raiva quer ser extravassada. Ele fala quando o egoísmo de nossos genitores berra por suas vontades e sonhos descabidos, frustrados e particulares. O sangue fala ao ferver, nas veias naquela discussão irracional sobre algo que você devia ter feito, mas não fez; seja por irresponsabilidade, seja por vontade própria, seja por pura insatisfação de seus egos paternos!

Por algum motivo ainda desconhecido da ciência de nossos sentimentos de filhos, eles ignoram nossos intentos como um rolo compressor e a (suposta) compreensão deles se evapora. Gritos, histeria, choros, ofensas, chantagens, explicações, argumentações, gritos, histeria e choro... o cenário raramente foge a esse padrão... então você já pode ir preparado para se perguntar mais uma vez: onde foi parar aquele amor incondicional que nossos pais dizem nutrir por nós? Justamente, "aquele amor" que você queria para ser entendido, para enfrentar uma problema, para superar uma situação... ou simplesmente para deixá-los a par do que acontece em sua monótona vida? Sumiu? Nunca existiu? Ou será que ele não é incondicional? Existem condições para nossos pais nos amarem? Para nos entenderem?

E quais são essas condições? Temos que ser feitos a imagem e semelhança deles? Temos que nos engolir para satisfazê-los? Temos que ser nós mesmos? Temos que fazer o bem acima de todas as coisas? Dizer apenas a verdade, nada mais que a verdade? Escolher nosso próprio destino, ou o próprio destino deles? Individualidade? Altruísmo? Compaixão? Babaquice? Corremos o risco de ir para o inferno por sermos como somos ('honrarás pai e mãe") ou trilhamos em direção à nossa própria vida?

No fim das contas? o sangue sempre fala...

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2 comentários:

  1. Nossos pais não fazem de nós quem somos, mas com certeza fazem parte de nós. Seja nas atitudes não pensadas, nas palavras deixadas por falar, nas brigas "sem sentido"... Por vezes eles parecem não ser coerentes em suas atitudes e sentimentos, mas é inegável que de alguma forma, eles estão ali para todos nós. O amor, aparentemente condicionado a certas ações, é incondicional, no que diz respeito ao desejo de que aprendamos a viver melhor. Nossos pais... o sangue fala... fala demais...

    =***

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  2. No final o sangue sempre fala mais alto mesmo, mas ao decorrer de nossas vidas brigas, intrigas, dúvidas, momentos de raiva, felicidade, saudades etc. Fazem os filhos terem um reflexos dos pais, talvez seja um reflexo contrário, se eles te fazem mal, vc futuramente fará o bem ao seu filho e daí sim, acredito eu, que possamos compreender o amor dos pais. Mas dizer que seja incondicional isso eu ainda questiono, tenho como exemplo aquelas mães q abandonam os filhos ou até jogam na lata do lixo, por mais desumano que isso seja acontece por aí. Na verdade acho que todos temos defeitos e cometemos erros q talvez no momento não se damos conta ,e as consequências futuras na maioria das vezes são irreversíveis para a pessoa.

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