quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Véu da Ignorância




Eu juro que tento, com todas as forças. Ok, talvez eu não tente com tanto afinco assim, mas é um verdadeiro disparate! Quando eu não quero mais falar de religião, não me sobra outra alternativa.

A polêmica já vem rolando há algum tempo, mas minha indignação só surgiu, quando o Excelentíssimo Presidente Luiz Inácio (Lula) da Silva disse que não intercederia por Sakineh Mohammadi Ashtiani junto ao governo iraniano por que estaria supostamente desrespeitando as leis de um país. Mais vergonhoso ainda foi sua retratação, ao se contradizer e por fim dizer que aceitaria dar asilo à mulher. Por que dar asilo político a essa mulher ou interceder por ela? Ela é a vítima da mais brutal e evidente demonstração da ignorância de uma religião estagnada numa era sombria - por que não dizer apenas "de uma religião"?

Sakineh foi condenada não apenas a 99 chibatadas por ter, supostamente, mantido "relações ilegais" com homens - que por** isso significa eu não sei - mas também foi condenada a morte por apedrejamento. Detalhe cruel que alguns desconhecem: você deve imaginar que tal infeliz é simplesmente jogado numa praça, cercado por pessoas e elas atiram pedras nele. Engana-se. Homens são enterrados até a cintura e mulheres até o pescoço, uma clara percepção do machismo da religião islâmica, porque enterradas até o pescoço, as mulheres não têm a chance de usar os braços para amenizar os ataques, como acontece com os homens! E as pedras não podem ser grandes nem médias; tem que ser pequenas, para o condenado não morrer rapidamente.

Gostaria de citar também que, nos EUA, onde a pena de morte é motivo de muita controvérsia, o modo mais "violento" de execução é a cadeira elétrica, que, na minha opinião, por mais brutal que deva ser, não se compara ao terror de ser alvejado por pedras, levando-se em consideração também, o absurdo da acusação!

Sakineh - viúva e mãe - é, como já disse, vítima de uma religião estagnada no tempo, bárbara, que, quando alvo de críticas ocidentais, diz valorizar a vida humana, mas que insiste em condenar crimes estúpidos e penalizá-los com sentenças cruéis e desumanas e exaltar os mais hediondos. Não existe nenhuma base racional por trás da justiça iraniana (e islâmica em geral), tudo se baseia no absurdo inglório de que aquelas são as palavras e a vontade de Alá.

Os representantes iranianos dizem que o "senhor Lula" - e, com isso, nós todos - não conhece(mos) com exatidão os crimes de Sakineh. Mesmo que não conheça(mos), o que pode ter ela feito de tão terrível para merecer morte tão cruel? Conhecendo a insanidade da religião muçulmana (se não, de todas as religiões) seu "crime capital" deve ter sido se recusar a se explodir no meio de uma base militar ou perto de alguma embaixada americana. Mesmo que seja isso, faz algum sentido atirar pedras numa mulher até sua morte???

A resposta óbvia: não!

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p.s.: meu tempo pra medir as palavras passou. Bancar o diplomata comigo não funciona mais. Irresponsabilidade, minha? Talvez. Mas já tem gente responsável demais no mundo.

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