
Me cansei de destratar as religiões, as políticas, as pessoas. Hoje, vou retornar a um ambiente ao qual faz tempo que não compareço e que, muitas vezes, é estranho até mesmo para mim: eu mesmo.
Devo ser uma pessoas extremamente desagradável. Talvez - e, desta vez, não só "talvez" -, eu devesse arrumar uma maneira de ser menos , uma ideologia de vida menos esnobe. Do que me adianta saber de pulsares, Hipócrates, Behaviorismo, ou que a França está expulsando ciganos de seu território, quando meus "amigos" só falam de Pânico na TV, CQC, Josy e outros assuntos mundanos? E antes que você pense errado, não, não estou sendo irônico! É uma pergunta legítima!
Nunca achei que programas de televisão ou tietagem acrescentariam algo na minha vida. Bem, podem até não acrescentar, mas porque parecem que estão subtraindo? Essa cultura frívola é evidentemente uma marca de coesão social, de identificação coletiva, de formação de grupos, pessoas que partilham o mesmo interesse. Interesse que, mesmo no meu mais hercúleo esforço, jamais me encantaria. Como disse: "que valor essas coisas vão agregar à minha pessoa?" É ou não é um certo esnobismo? Pode falar! Na minha concepção, há coisas tão mais interessantes para se conhecer no mundo do que essa futilidade midiática. Mas, ao que me parece, o errado ou eu!
Você poderia ainda dizer, numa tentativa pífia de me consolar - pífia porque eu mesmo já me disse a mesma coisa -, que eu já havia abraçado e aceitado essa minha "inadequação" social; que a estranheza me fez um pensador melhor; que a solidão me fez mais inteligente, atento, meticuloso. Fez mesmo? Ou é apenas um prêmio de consolação? Será que essa cultura "útil" não fez de mim um chato?
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ps.: aliás, do que me adianta saber também sobre pulsares, Hipócrates, ou mesmo a extradição de ciganos da França? Seria todo saber - que não técnico - inútil?
Complexo, tenso, intrigante! Mas fundamentalmente: reflexivo.
ResponderExcluirSe todo ser humano escrevesse um texto destes, pelo menos a cada 4 anos (tipo antes de cada copa do mundo) talvez, enquanto escrevesse, refletissem sobre a existência, sobre o mundo, e sobre cada um individualmente.
Nunca tinha pessado nas mídias de massa como uma forma de subtração, mas é um ponto interessante, entretanto, prefiro crer que é algo edificante, uma vez que, por mais ruim que seja o programa, por exemplo, sempre aprendo algo, como, por exemplo, não ligar a TV domingo a tarde. Querendo ou não é um aprendizado! hehe
Mas enfim, fantástico teu texto! Parabéns! Combina com teu perfil, aliás, vc não está aqui para dar respostas, né? Está para lançar dúvidas...