quarta-feira, 25 de maio de 2011

Absurdo!




Sei que postei muito recentemente sobre a Crise Palocci, e não tão recentemente, um manifesto sobre os mitos levantados pelos religiosos sobre os homossexuais. Mas diante de uma notícia dessas (são duas, essa e essa), é difícil ficar quieto e não discutir o absurdo que acontece na nossa política!

Na verdade eu não sei o que pode ser mais absurdo! Vou tentar estabelecer uma linearidade, apenas a título de organização e não de magnitude.

Primeiro absurdo - Dilma cedeu à pressão da bancada evangélica e suspendeu o “kit-gay”: a intervenção de uma bancada religiosa numa decisão política, num Estado que SE DIZ laico. Mas pra quem tem um Ministério da Educação que “permite” que o sujeito fale “nóis pega o peixe”, não é de surpreender que seja difícil para os políticos entenderem o significado da palavra laico. O material anti-homofobia preparado pelo MEC é de baixa qualidade, é questionável, é equivocado. Então, que se discuta suas falhas técnicas ou didáticas; mas não perpetrando preconceitos que não correspondem à realidade! (Leia-se: não, nós não queremos converter seus filhinhos à homossexualidade. Se ele já é viado ou já é “macho”, não vai ser kit-gay que vá mudar isso!)

Segundo absurdo - A bancada religiosa CHANTAGEOU (não conheço outro termo mais apropriado. Se souber, me avisem) Dilma, ameaçando chamar Palocci para depor em CPI, caso não suspendesse o “kit-gay”: Palocci não foi depor ainda por quê?! Sua convocação não deveria ser negociável! Ainda mais como uma moeda de troca numa negociação tão equivocado quanto a mistura de religião com política!

Faltam-me adjetivos para qualificar o que se passa nessa situação. Vergonhosa? Revoltante? Incompreensível?

Não! Criminosa!

È a expressão mais sórdida do descaso dos políticos brasileiros, todos eles, para com a sociedade! É a expressão magna de que o interesse particular dos políticos é maior que o bem-maior do povo.

É um insulto ter que testemunhar a pregação religiosa numa Câmara de Deputados travestida de “pelo bem da instituição familiar”; é um insulto ter que assistir apuração de uma “irregularidade” (pra não chamar de crime) virar condição e vantagem política, quando ela se faz necessária e obrigatória!

Mas é desesperador ter que ver o cruzamento obsceno entre os dois.

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