
É incrível como em certas situações o Brasil avança e em outras ele simplesmente retrocede.
Semana retrasada foi legalizada a “união homoafetiva” (termo politicamente correto, embora alguns políticos não achem nem o termo, nem a prática corretos). Essa semana (foi essa semana mesmo?) o MEC divulgou, lançou ou qualquer coisa parecida... um livro para ensino de adultos que diz que não é errado dizer “nós pega o peixe”. Justificativa: é uma oralidade legítima da língua portuguesa. Se fosse apenas um problema de lingüística eu ficaria quieto. Porém...
Lingüistas argumentam que os idiomas evoluem no uso diário que as pessoas fazem desse idioma e, por tanto, ele não é imutável, está em constante transformação, inclusive por causa do uso errado das regras gramaticais e ortográficas. Disseram também que não é errado não conjugar sujeito e verbo no mesmo tempo e número; é apenas inadequado, dependendo do contexto em que se fala.
Sim, está tudo certo. A não ser o incentivo à mediocridade intelectual. A ineficiência educacional brasileira é tão grande que se aceita o errado como certo. A língua evolui quando todos, ou pelo menos a maioria os falantes passam a adotar aquele “erro” e, principalmente, quando o acordo ortográfico decide o que será permitido ou não! É uma questão de lógica! Fazendo uma analogia com a “união homoafetiva” (termo odioso), até semana retrasada, não era permitida, hoje é. Assim funcionaria com a conjugação verbal do MEC e outras “peculiaridades” lingüísticas mais.
E não é apenas uma questão de normas e regras, é questão de lógica. Se dois executam uma ação como um verbo não vai para o plural?!!!
Outro argumento pífio do MEC é que classificar como inadequados certos erros da oralidade da língua, reduziria a baixa auto-estima do falante, diminuiria o preconceito e blá, blá, blá. Primeiro, várias pessoas na escola aprendem a falar certo na escola, porque outras não podem? É pra isso que escola serve, não é?! A pessoa deveria sentir vergonha de falar errado, não! Mas deveria sentir de não aprender a usar o português corretamente e persistir no erro!
Pior ainda é o MEC dizer que “tudo bem” e contribuir para o detrimento da língua portuguesa.
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ps.: esse foi o desabafo louco de alguém que passou mais de quinze anos (e contando) num banco de escola pra aprender e escrever corretamente. Também foi o desabafo de alguém que não tem medo de corrigir, nem de ser corrigido!
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